domingo, 7 de outubro de 2007

Amor de papel

Cheguei a casa com as tuas flores de papel presas no coração (...) É assim que me sinto quando penso em ti, na tua alegria, generosidade e beleza, mesmo que o nosso amor seja feito de papel com estas flores. Não precisamos de o regar todos os dias, nem de o adubar, nem de lhe cortar os cules. Nem sequer precisamos de água: o nosso amor é quase imaterial, tu aí e eu aqui (...) É um amor de papel, frágil e opaco, leve e branco, feito de ideias, de sonhos, de esperança e de muitas cores por pintar. Um amor sem planos nem projectos, quase adolescente, intenso, puro e perfeito. Que não precisa de provas nem de palavras (...) O nosso amor é de papel como as flores que me deste, e no papel há-de ficar, para sempre escrito nas minhas palavras (...) Amar é como plantar uma semente e tu já plantaste a tua no meu coração.

Excerto do livro "Vou-te contar um segredo", de Margarida Rebelo Pinto

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