segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Golfe: Forte produto turístico



É do conhecimento geral que a "indústria" do golfe gera milhões de euros, aliás é um dos produtos turísticos em Portugal em expansão e já com uma reputação impressionante a nível internacional. Açiás Portugal está entre os 10 melhores destinos do Mundo para a prática deste desporto. Aliás agora no final de Outubro vai-se disputar no Algarve, no campo do Victoria (desenhado pelo Sir. Arnold Palmer). Achei por bem transpor uma entrevista que saíu num jornal diário on-line, o "Opção Turismo". Um abraço!



Golfe:
O QUE TEMOS DE DISCUTIR É FUNDAMENTALMENTE A CONCERTAÇÃO


Dois amigos e um gosto em comum, o golfe, levou Pedro Guerreiro de Sousa e Nuno Castel Branco em finais de 2001 a fazer um estudo sobre o funcionamento do sector golfe em Portugal. Do resultado, surge, em finais de 2004 situada na Av. António Augusto de Aguiar, 23B loja1, a GreenTravel Golfe, um operador especializado em Portugal dedicado exclusivamente ao golfe.

- Como é que a Green Travel apareceu no mercado?
- Sendo jogadores de golfe, verificamos que os campos de golfe em Portugal tinham um contingente elevado de jogadores estrangeiros e tentamos perceber o porquê.
Estudamos o mercado, como funciona o incoming e o outgoing. Conversamos com as pessoas certas e chegamos à conclusão que havia oportunidade para estruturar um operador especializado em golfe. O que há em Portugal são operadores ou agências que têm departamentos de golfe.
Achamos que podíamos fazer um projecto mais ambicioso, aproveitando as novas tecnologias. Assim chegamos à conclusão que valia a pena trabalhar três segmentos. Incoming, outgoing e o corporate golfe.

- Qual é o vosso principal objectivo para o mercado nacional?
- Queremos, o mais possível, apetrechar e entusiasmar as agências de viagens interessadas em comercializar o produto golfe para que trabalhem connosco enquanto operador especializado. Neste momento, esse é o nosso grande objectivo em termos de mercado nacional. É um segmento que está a crescer. Para tal, vão actuar em duas componentes: a teórica e pratica. Isto para que as pessoas possam experimentar e ver como funciona o golfe, já que um jogo dura quatro horas; porque é que um golfista se interessa por determinados aspectos num pacote turístico de golfe; e uma das componentes onde estamos a investir bastante é o nosso site, que está em português, inglês e espanhol.

- O operador apresenta-se como querer “quebrar algumas ortodoxias de mercado do golfe”. Muito concretamente o que significa isso?
- Nós somos de facto um operador. Começamos por lançar primeiro o incoming e o nosso grande volume hoje em dia esta centrado no incoming, já significa que trabalhos com um conjunto de produtos de golfe. A nível nacional enquanto receptivo já temos essa relação comercial com os produtos. Já os conhecemos. Os produtos internacionais que estamos a lançar nomeadamente na componente outgoing também os conhecemos. Fazemos questão de conhecer os produtos antes de os comercializar porque há determinados detalhes que são exigidos pelos segmentos do golfe e não podem ser menosprezados. Por exemplo, um jogador gosta de levar consigo o seu saco de golfe. Todavia, este é considerado bagagem não standard e há aviões que não transportam sacos de golfe. Ou seja, são detalhes tão simples como este que podem fazer falhar uma viagem de golfe.
O quebrar ortodoxias prende-se principalmente com a utilização da utilização das novas tecnologias, nomeadamente na área da Internet para dar suporte as agências de viagem e fundamentalmente na componente de incoming. As operações de golfe em Portugal, são fundamentalmente, de incoming indirecto, que trabalham com operadores internacionais que servem como DMC, Destination Management Company. Nós, para além de sermos uma DMC queremos também entrar nesse modelo directo, de venda directa aos diferentes mercados.
Interessa-nos captar agências interessadas, a nível nacional, em fazer outgoing para os jogadores de outras zonas. As agências que estão melhor posicionadas para trabalhar com esses jogadores são as agências que estão na zona.
Queremos que as agências se sintam confortáveis a vender o produto mas que entendam que é um produto exigente pelo segmento que o compõe.
Fundamentalmente aquilo que nós promovemos nesta fase não só para os nossos clientes finais mas também para as agências e que consultem o nosso site: www.greentravelgolf.com.
Estamos em permanentemente actualização, participamos todos os anos no evento da IAGTO, bem como em muitos outros eventos.

- Como correu o ano 2005 em termos de volume de negócios?
- Em 2005 facturamos 500 mil euros. O nosso plano para este ano é mais que dobrar, é fazer um milhão e duzentos, nos três segmentos: no incoming, na vertente directo e indirecto; no outgoing e no corporate. Estamos bastante satisfeitos com os resultados que estamos a atingir, embora não seja esta a nossa meta.
Independentemente do número de jogadores em Portugal ser muito baixo em relação a outros mercados, sentimos que o golfe tem tendência a crescer mais que outros segmentos de turismo em Portugal.

- E a nível de clientes?
- Começamos com o incoming, e por isso temos muitos clientes a nível internacional.
Trabalhamos com cerca de trinta operadores internacionais, embora já tenha havido vários clientes directos a nível de incoming.

- Foram atingidos os objectivos propostos?
- Em 2005 foram. Foi um ano de estruturação da operação. Neste momento estamos a lançar a operação de outgoing em colaboração com algumas agências/empresas de golfe em Portugal que trabalham com agências estrangeiras. 2006 será o ano do lançamento do outgoing; 2005 foi o ano do desenvolvimento e estabilização do incoming. Vamos também lançar uma newsletter semanal em três línguas.

- Como vê na globalidade a qualidade e preço dos campos de golfe em Portugal?
- É um desafio grande. Pelo facto dos campos serem privados os proprietários sentem a necessidade de ter um rápido retorno do seu investimento. Daí os elevados preços dos campos. Mas isso será sempre enquanto os campos forem privados e houver como é óbvio, uma orientação ao lucro. Assim, os preços dos campos dificilmente vão baixar. É um investimento elevado. O que significa que o grande desafio é a diferenciação do produto.

Pode-se dizer então que há uma fraca adesão para a prática do golfe por parte dos nacionais?
- É uma realidade. Já temos alguns jogadores de referência em Portugal que ajudam a dar exposição ao desporto em Portugal. A forma de induzir à prática é de facto através de jogadores portugueses que começam a ter presença internacional.
Depois há que motivar pessoas a irem ver os torneios de golfe. É preciso dizer que o golfe não é só praticado por ricos. É um desporto social tem princípios e regras muito interessantes do ponto de vista social.

- Quais as medidas prioritárias para a promoção do “nosso golfe” no estrangeiro?
- Tem sido várias as opiniões acerca de como promover o golfe. Mas atenção é bom que se diga que não é só de agora que se promove o nosso golfe. Somos há muito um destino importantíssimo no golfe. O que temos de discutir é fundamentalmente a concertação.

- Qual o comportamento do mercado nacional em relação ao produto turístico golfe?
- Uma vez que o golfista português não está habituado a lidar com operações estruturadas especializadas em turismo de golfe, o jogador de golfe tem duas hipóteses: ou marca directamente as suas viagens nos destinos que pretende, ou, marca com a sua agência mas pede especificamente aquilo que lhe interessa em termos de golfe. E nota-se normalmente que o jogador de golfe, na maior parte das vezes, sabe um pouco mais de golfe do que a própria agência que vendem este produto.

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