sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Capítulo 3: "Joguei bem"

Ontem, depois do torneio fui para casa descansar, peguei num livro de poesia, pus um CD de música clássica no escritório do meu pai e pus-me a ler. Não demorei nem dez minutos a adormecer, estava mesmo cansado. O torneio tinha corrido bem mas também não foi nada de especial, fiz 3 acima do par. Os greens estavam bastante lentos e os primeiros buracos foram complicados, ainda por cima não tinha feito aquecimento adequado e aleijei-me nas costas. Às 17:40, estava eu sentado ao piano à espera de inspiração, tocou o telefone: era o Eduardo a convidar-me para ir jantar uma francesinha a Espinho a um restaurante que só fazia francesinhas, o restaurante era porreiro e eu aceitei o convite. Saí de minha casa às 20:00, fui buscar o Eduardo no Porsche, que mais uma vez o meu pai emprestou e fomos até Espinho a mais de 200 km/h, foi uma viagem alucinante. Falei-lhe da ideia de fazer um DVD ou de escrever um livro. Ele aconselhou-me a escrever um livro mas isso demorava muito mais tempo. O DVD era fácil, era só filmar e arranjá-lo no computador, até tinha um amigo que percebia disso. Tivemos no restaurante até à 00:00 e depois fomos para aquela discoteca que tínhamos ido na semana passada, ficava dentro de um centro comercial. Não percebo esta juventude: com 16 anos já saem à noite, já bebem bebidas alcoólicas, fumam. Enfim, tudo o que faz mal, até comentei isso com o Eduardo mas ele só encolheu os ombros e disse:

- Já fomos assim, agora estamos velhos meu amigo.

Pois é, é essa a realidade crua e dura. Eu já estou no 3º ano de medicina, o Eduardo está-se a formar em Gestão de Empresas, a minha irmã tem agora um gabinete fabuloso no centro de Barcelona, em frente a uma loja famosíssima de roupa italiana. Não faço ideia se ela vai voltar para casa, eu se fosse a ela não voltava. Tem uma vida desafogada, tem um carro fantástico e já se casou com um rapaz espanhol (único defeito dele).

Então lá no bar apareceu a certa altura a Mariana, tínhamos falado assim por alto na Internet mas não tínhamos combinado nada de concreto. O Eduardo aproveitando o facto de eu estar a conversar com a Mariana foi meter conversa com uma miúda, podre de boa que estava a dançar na pista. Só que passados alguns minutos apareceu o namorado dela, tinha 1 metro e 95. Era um armário, aí o Eduardo ao seu melhor nível saiu de fininho e foi ter comigo. Viemos embora antes que as coisas dessem para o torto. Deixei o Eduardo em casa e fui embora. Entretanto a caminho de minha casa tocou o meu telefone, era a Mariana a pedir-me um favor, para eu ir à net quando chegasse a casa, ainda tivemos a falar durante um bocado e então foi aí que eu me declarei, disse-lhe:

- Mariana, apesar de nos conhecermos há pouco tempo eu sinto uma grande admiração por ti, acho que és uma miúda fantástica. Queres namorar contigo?

Ela disse:

- Apesar de te conhecer há pouco tempo também gosto muito de ti. Aceito. Amanhã vem-me buscar às 10 horas para irmos tomar o pequeno-almoço.

Nem consegui dormir, só pensava como seria o beijo da Mariana, o cheiro do cabelo dela, a cor dos olhos dela. Eram 9:55 quando cheguei à porta de casa dela. Infelizmente o meu pai não me emprestou o Porsche, de maneira que fui no meu Godinhas, um VW Golf GTI, de 150 Cavalos. Fomos tomar o pequeno-almoço ao Maiorca. Mal saímos de lá fomos caminhar à beira-mar, passando pela Foz e pelo Parque da Cidade. A Mariana adorou o passeio, disse-lhe que podíamos repetir mais vezes, até com o Simba. Perguntei-lhe se sabia jogar golfe, mas ela disse-me que não. Fomos então até ao Oporto Golf Club, em Espinho para a ensinar a jogar. Ela ao princípio estava um pouco reticente mas aceitou o convite.

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